Perdidos e achados
Há que se dizer algo sobre o universo dos video-games como um lugar seguro, um lugar onde ninguém exigia que eu fosse nada, onde eu pudesse ser quem eu quisesse. Um lugar de possibilidades, non-judgemental. Querer ser o bandido, ou o herói, ou aquele porco-espinho azul… Achar um personagem em que eu me sentisse mais… eu…. Sair dos olhares da família, me isolar no quarto e ser quem eu era. Deixar de ser a desajustada, e ser só eu, Caíssa.
Engraçado como a gente deixa de ser a gente mesmo às vezes. E no universo das possibilidades achar um lugar onde nem eu me importasse em definir meu “eu”. Que importa delimitar em linhas se amanhã acordarei outra pessoa? A gente se perde, se perde, se acha, se perde. Acha um jogo em que você não é ninguém, só o personagem, quando não somente um triangulinho verde. E outro onde o triangulinho verde é um pedacinho do seu retrato, tão vivo e sentimental quanto você.
Há que se dizer algo sobre procurar na vida-real, no relato da vida de outras pessoas, nos rankings dos bem-sucedidos, o que você *realmente* quer ser… E sair de mãos vazias. O vazio existencial de tentar achar no mundo exterior aquilo que ninguém explica.
Ninguém explica, mas no meio das personagens que não-são-você, alguém te estende a mão e deixa escapar um pedacinho do próprio vazio existencial, e você sabe então que não está sozinho. E que a resposta não está lá fora, é uma viagem é introspectiva.
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Ó MEU DEUS ESSE XL DO ZELDA!!! MIMDÁ @neilsonthrash80